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11 junho 2010

Fernanda de Castro

(Lisboa, 8 de Dezembro de 1900 – 19 de Dezembro de 1994)



Os Anos São Degraus

Os anos são degraus, a Vida a escada.
Longa ou curta, só Deus pode medi-la.
E a Porta, a grande Porta desejada,
só Deus pode fechá-la,
pode abri-la.

São vários os degraus; alguns sombrios,
outros ao sol, na plena luz dos astros,
com asas de anjos, harpas celestiais.
Alguns, quilhas e mastros
nas mãos dos vendavais.


Asa no Espaço – Lisboa, Edições Ática, 1955




 


Escolhi este poema uma vez que fala sobre o percurso da existência, sendo este, muitas vezes, atribulado. Trata também da vida após a morte, nos versos três a cinco: “E a Porta, a grande Porta desejada, / só Deus pode fechá-la, / pode abri-la”. O tema é interessante e fascina-me profundamente.


Ana Raquel